UM TARTUFO – UMA OBRA ALÉM DO TEATRO

À parte dos detalhes que nos remetem ao Brasil atual, a história no palco é a mesma da de Molière. Contada na mesma sequência e de forma objetiva. E necessário que assim seja, porque o encenador Bruce Gomlevsky não utiliza de falas. Sim, o que era palavra, para o dramaturgo francês, é imagem e som para o encenador carioca. Que nos brinda com um desses espetáculos que mais parecem cinema, desenho animado. E puro teatro. O expressionismo de Tim Burton e de Antunes Filho são referências para quem quer aproveitar e ir ao Guairinha ainda hoje, última apresentação. Elenco perfeito nas composições; cenário, ambientação, figurinos, luz, tudo ganha vida e se move na linha sonora da trilha – e nos silêncios profundos -, tudo funciona como um relógio. Não há mais o que dizer, é preciso estar lá.