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Mostrando postagens de junho, 2007

O SENTIDO DA COISA

DA PRIMEIRA VEZ que fui ao teatro,me encantou aquele lugar de ritual, ao vivo. O que acontecia ali, não sendo real, estava tão perto que chegava a ser. Ao assistir grandes textos, percebi que a mentira do palco me levava a pensar as verdades da minha vida. O teatro não aponta pra si mesmo, mas pra vida. Grandes atores e atrizes me pareciam semideuses, por recriarem em mim a comédia humana, de forma artística, bela. ME encantou essa coisa de brincar e representar seres vivos, como faziam os semideuses. Mas a fé que fazia iluminar as verdades de um personagem, iluminava também a fragilidade das minhas verdades escondidas. E, AO colocar-me por um instante na vida do outro, descobri que o outro existia, tanto quanto eu. Teatro não se faz sozinho, cada outro me arrasta e é arrastado por mim. Lembro do diretor que dizia“A peça! A peça!” E eu, cá dentro, gritava “Eu! Eu!” Ele tinha razão.Um dos maiores presentes que o teatro me ofereceu foi entender como somos frágeis, inseguros, incompletos...